Image_fx (8)

Eletroestimulação Alivia Queimação e Melhora o Sono em Diabéticos com Neuropatia

Autores: Per M. Humpert, Michael Morcos, Dimitrios Oikonomou, Karin Schaefer, Andreas Hamann, Angelika Bierhaus, Tobias Schilling, Peter P. Nawroth
Instituição: Hospital Universitário de Heidelberg, Alemanha


Estudos anteriores demonstraram que a EMS, ao induzir contrações isométricas nos músculos das coxas, pode ser eficaz no alívio da dor neuropática em pacientes com diabetes. Mecanismos sugeridos incluem inibição de fibras C e estimulação da medula espinhal. No entanto, os efeitos sobre sintomas específicos e os fatores preditivos da resposta ao tratamento ainda não estão claros.

Metodologia

Participantes

100 pacientes com diabetes tipo 2 e neuropatia sintomática foram recrutados. Oito foram excluídos por outras causas possíveis de neuropatia. Critérios de exclusão incluíram marcapassos, consumo excessivo de álcool e outras comorbidades neurológicas. O estudo não contou com grupo controle.

Intervenção

Foram aplicadas 8 sessões de EMS (HiToP® 184, 20 Hz, frequência portadora 4.096–32.768 Hz), com duração de 60 minutos, duas vezes por semana durante 4 semanas. A intensidade foi ajustada para causar contrações confortáveis sem dor.

Avaliação de Sintomas

Os sintomas (parestesia, dor, queimação, distúrbios do sono, dormência) foram avaliados em escalas de 1 a 10. Também foram utilizados os escores de deficiência e sintomas neuropáticos (NDS e NSS).

Resultados

Adesão e Resposta

  • 73% relataram melhora subjetiva.
  • 47% apresentaram ≥30% de redução no escore médio de sintomas.
  • O alívio durou em média 31 horas (máx. 80 horas).
  • Nenhum efeito adverso significativo foi relatado (apenas dor muscular leve).
  • A resposta foi significativamente associada à intensidade inicial dos sintomas (NSS), mas não ao controle glicêmico (HbA1c), idade ou tempo de diabetes.

Sintomas Específicos

  • Queimação: redução média de 8,5 → 4,9 (p < 0.001)
  • Distúrbios do sono: 7,9 → 4,6 (p < 0.001)
  • Parestesia: 5,2 → 3,8 (p < 0.001)
  • Dor: 5,1 → 3,7 (p < 0.001)
  • Dormência: 5,4 → 4,6 (p < 0.01)

Discussão

Os maiores efeitos foram observados nos sintomas de queimação e insônia. A resposta foi melhor em pacientes com sintomas mais intensos, independente do uso prévio de medicamentos como anticonvulsivantes ou antidepressivos. Apesar da ausência de grupo placebo, os dados sugerem eficácia clínica comparável ou superior a intervenções farmacológicas.

Estimativas comparativas sugerem um número necessário para tratar (NNT) de 2,4 — o que representa alta efetividade clínica, embora especulativa. Estudos futuros devem incluir controle placebo e explorar o impacto da EMS sobre depressão associada à neuropatia.


Conclusão

A EMS pode ser uma opção segura e eficaz para aliviar sintomas neuropáticos em pacientes com diabetes tipo 2, sobretudo em casos com sintomas intensos e refratários ao tratamento farmacológico. Os efeitos mais marcantes foram observados para queimação e distúrbios do sono.

Compartilhe: