Osteopenia

Eletroestimulação e Densidade Óssea em Idosas com Osteopenia

Autores: Wolfgang Kemmler, Michael Bebenek, Simon von Stengel
Instituição: Instituto de Física Médica, Universidade Friedrich-Alexander de Erlangen-Nürnberg


Apesar dos benefícios comprovados de programas de exercício físico para a saúde óssea, a maioria dos idosos tem baixa adesão a essas práticas. A WB-EMS surge como uma alternativa eficaz e de baixo impacto para preservar a densidade óssea. Estudos prévios sugerem efeitos positivos sobre massa e força muscular, mas há escassez de dados sobre sua aplicação em mulheres idosas com osteopenia.

Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da WB-EMS sobre a DMO da coluna lombar e do colo do fêmur em uma população feminina idosa, magra e sedentária.

Métodos

Desenho: Ensaio clínico randomizado, controlado, com 12 meses de duração.

Amostra:

  • 76 mulheres ≥70 anos, magras (IMC médio 22), sedentárias (<60 min/semana de atividade), com osteopenia (BMD < -1 SD).
  • Randomização computadorizada em blocos com estratificação por idade.

Intervenção WB-EMS:

  • Sessões de 20 min, 1,5x por semana (três aplicações a cada 14 dias).
  • Estímulo: 85 Hz, 350 μs, intensidade subjetiva de “muito intensa”, com exercícios isométricos leves (ex: semi-agachamentos).
  • Eletrodos aplicados em grandes grupos musculares.

Grupo Controle:

  • Dois blocos de exercícios leves de 10 semanas (60 min/semana), sem estímulo elétrico.

Avaliações:

  • DMO por DXA (coluna lombar e colo do fêmur).
  • Questionários sobre saúde, nutrição e atividade física.
  • Avaliação nutricional para padronização de cálcio e vitamina D.

Resultados

ITT (Intention-to-Treat)

  • Coluna lombar:
    WB-EMS: +0,6 ± 2,5%
    Controle: –0,7 ± 2,5%
    p = 0,050 (diferença limítrofe)
  • Colo do fêmur:
    Sem diferença significativa (WB-EMS: –0,3%; Controle: –0,6%)

PPA (Per-Protocol)

  • Coluna lombar:
    WB-EMS: +0,9 ± 2,1%
    Controle: –0,6 ± 2,5%
    p = 0,015
  • Colo do fêmur:
    Mudanças mínimas e não significativas.

Discussão

A WB-EMS apresentou melhora significativa na DMO da coluna lombar, mas não no colo do fêmur. Os resultados podem estar relacionados à especificidade do estímulo gerado — com menor carga axial no fêmur. A boa adesão, a ausência de efeitos adversos e a simplicidade operacional sugerem que a WB-EMS é uma intervenção viável para idosos que não podem ou não desejam realizar exercícios intensos.


Conclusão

A WB-EMS representa uma alternativa eficaz, segura e bem aceita por mulheres idosas com osteopenia, especialmente para manutenção da DMO vertebral. Deve ser considerada como ferramenta preventiva para fraturas osteoporóticas em populações de risco.

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